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Em Cubatão, encher o tanque fica caro

06/08/2019
Em Cubatão, encher o tanque fica caro

Apesar das quedas nos preços, combustível em Cubatão é um dos mais caros da região.

 

THIAGO DANTAS

 

Da Redação

 

Não está fácil abastecer o tanque do carro ultimamente. Apesar de algumas quedas no preço nos últimos meses, o item combustível é um dos que mais pesam no bolso do consumidor. Para o cidadão cubatense, o item combustível pesa ainda mais. A cidade tem um dos preços do litro de combustível mais caro da região. Nossa equipe de reportagem percorreu algumas cidades da Baixada Santista e notou uma diferença considerável entre os preços praticados em Cubatão e em outras cidades. Mesmo com uma refinaria e distribuidoras situadas no município, o cubatense sofre e tem de gastar mais na hora de encher o tanque.

 

De acordo com o site Deepask, no último levantamento realizado no ano de 2013 pelo DETRAN/SP, Cubatão possuía 48.381 veículos cadastrados. Uma média de 2,59 habitantes por carro. A média nacional é de 2,57. Segundo levantamento realizado pela Folha de Cubatão, existem 13 postos de abastecimento na cidade, sendo que apenas um abastece com o gás natural. Os postos de bandeira Petrobrás são a maioria, e grande parte deles estão localizados na região central da cidade. Em locais como o Jardim Casqueiro, motoristas contam apenas com um único posto de abastecimento.

 

Dados obtidos pela Folha de Cubatão apontam que o preço praticado nas bombas de gasolina do município são cerca de 2% mais caro do que os praticados nas cidades vizinhas. Parece pouco, mas, na hora de encher o tanque, a diferença vem à tona. Completar o tanque de um carro popular em Cubatão sai cerca de R$5,00 reais mais caro do que em Santos.  Se o consumidor abastece duas vezes no mês, o valor fica em R$10,00 reais. Num ano corrido, a conta chega à R$120,00 reais no total. Um taxista, que preferiu não se identificar, afirmou que sempre que dá abastece o veículo fora de Cubatão. “Quando tenho oportunidade, abasteço etanol em Santos. Lá, eu abasteço à R$2,50 e em Cubatão é R$3,00 reais.” O taxista afirma que a maioria dos taxistas não cooperados faz o mesmo.

 

Abastecimento de gás natural

 

Cubatão já teve dois postos de abastecimento de gás natural (GNV), ambos localizados na região do Sítio do Cafezal. De acordo com Fábio Emmerich Salles, presidente da Cooperativa Ligue Táxi de Cubatão, o antigo proprietário do posto localizado na Avenida Nove de Abril não obteve o retorno financeiro esperado. Segundo Fábio, na época, 70% dos consumidores de gás natural eram da cooperativa, e o restante era de outras cidades. Hoje, o posto de abastecimento funciona no modelo “Posto Garagem” e atende exclusivamente os cooperados. “O posto só pode abastecer a frota. Não vendemos combustível, vendemos transporte e respeitamos o contrato com a Comgás”, afirmou Salles que lembra que o modelo utilizado em Cubatão é um dos pioneiros no Brasil. Atualmente, o posto garagem atende 82 cooperados, todos taxistas da cidade. Atualmente, o site da Agencia Nacional de Petróleo (ANP), informa que o Posto Petrobrás, localizado na Rodovia dos Imigrantes, comercializa o produto para todos os consumidores, porém a equipe de reportagem não conseguiu confirmar a informação até o fechamento desta edição.

 

 

O que diz a ANP

 

Em nota, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) informa que a Lei nº 9.478/1997, que vigora no país desde 2002, garante a liberdade de preços em toda a cadeia de produção, distribuição e revenda de combustíveis e derivados de petróleo. Assim, não há qualquer tipo de tabelamento de preços, nem fixação de valores máximos e mínimos ou exigência de autorização oficial prévia para reajustes de preços dos combustíveis em qualquer etapa da comercialização. A ANP afirmou que acompanha semanalmente, por meio do Levantamento de Preços e de Margens de Comercialização de Combustíveis, o comportamento dos preços praticados pelas distribuidoras e postos revendedores de combustíveis. O objetivo dessa pesquisa semanal é contribuir para que os consumidores busquem as melhores opções de compra e permitir a identificação de mercados com indícios de infração à ordem econômica.

 

E o representante dos postos 

 

O sindicato que representa os Postos de Combustíveis na Baixada, a Resan, informa que o fato de as regiões da Baixada Santista e do Vale do Ribeira terem o combustível mais caro do Estado de São Paulo se justifica por alguns fatores e destaca que cada posto tem um acordo comercial com a(s) distribuidora(s) que o abastece(m). Dessa forma, o preço do litro é definido pelo posto por através de acordos individualizados, que geralmente levam em conta prazos de pagamento e até a quantidade negociada por período. Quanto ao valor do produto cobrado nas bombas, cada estabelecimento é livre para aplicar a chamada 'margem bruta de revenda', que é resultado dos custos operacionais que vão desde aluguel, folha de pagamento, impostos, até despesas com insumos como água e energia elétrica, além de elevados custos com proteção ambiental e obrigações de treinamentos contínuos do quadro funcional. O sindicato reforça que os consumidores que quiserem avaliar o valor dos combustíveis praticados na Baixada Santista e Vale do Ribeira deverá fazê-lo por meio da pesquisa de preços oficial da ANP (http://www.anp.gov.br/preco/), onde estão disponíveis em uma mesma tabela o preço pelo qual o revendedor comprou o produto da distribuidora e o valor final praticado na bomba.

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