Sem previsão de entrega, Centro de Oncologia continua fechado

Em fevereiro, prefeitura previu que complexo seria entregue à população no limite de seis meses, mas prazo deverá sofrer atraso.

 

THIAGO DANTAS & VALENTIM CARDOZO

Da Redação

Uma das grandes bandeiras do então candidato à prefeito Ademário, no ano de 2016, era uma resposta eficiente ao setor de saúde da cidade. Na época, a área vivia uma situação calamitosa. O Hospital Municipal não conseguia atender a demanda. Meses após assumir o cargo de prefeito, em 2017, Ademário Oliveira fechou o hospital com a promessa de reabri-lo de forma que atendesse com qualidade a população. O feito foi cumprido. Em dezembro de 2017, o Hospital reabriu com um novo parceiro de administração, a Fundação São Francisco Xavier (FSFX), um braço do Grupo Usiminas.

Segundo informações do site da fundação, o hospital tem como característica o atendimento de Hospital Geral e Maternidade, voltado para o suporte de média complexidade. Oferta 75 leitos SUS e mais 50 leitos convênio, atendimento de 25 especialidades e serviços de Traumatologia, Maternidade, Internação Pediátrica e Adulto, Centro Obstétrico, Centro Cirúrgico e de Terapia Intensiva.p>

No acordo firmado, a FSFX teria sob sua responsabilidade a adaptação do antigo prédio do teatro municipal, que fica situado ao lado do hospital, para ali serem instalados os serviços de oncologia, medicina hiperbárica e hemodiálise. Em nota, a FSFX informou que a obra foi concluída em fevereiro deste ano conforme o cronograma. Segundo a Fundação a reforma de todas as áreas necessárias para o funcionamento desses serviços. Em matéria publicada pelo jornal A Tribuna, em 07 de fevereiro, a administração municipal afirmou que o Centro de Especialidades Médicas do Hospital Municipal de Cubatão seria inaugurado em seis meses. 

No último dia 18 de julho, o secretário de Saúde do Estado de São Paulo, José Henrique Germann, esteve na cidade. Perto de estourar o prazo de entrega do Centro de Oncologia, Germann assumiu com o prefeito Ademário Oliveira o compromisso de repassar ao município uma verba de R$ 500 mil que será investida na compra do equipamento necessário ao anexo hospitalar  e, ainda, em curto prazo, de garantir a participação do governo do Estado no custeio do complexo.

 

 

A ex-vereadora Nêga Pieruzzi, que faz parte do Conselho Municipal de Saúde, questiona se o centro de oncologia é realmente um centro de oncologia. “Quando os conselheiros visitaram o local, nós detectamos algumas falhas. Fizemos uma carta chamada Carta da Henry Borden em outubro do ano passado e até hoje nós não recebemos uma resposta”, disse a conselheira. Ela afirma que a carta foi enviada à Secretaria Municipal de Saúde. “Como pode o centro ser chamado de Oncologia se ele apenas vai realizar Quimioterapia? Onde vão fazer a radioterapia? O tratamento vai ser metade num lugar metade no outro? Isso não é um centro! Se o hospital pretendia ter um centro oncológico, deveria ser um centro completo, com tudo o que requer na medicina para o tratamento do câncer. O centro oncológico só deve ser aberto com todo o seu tratamento e não um faz de conta para enganar o povo”, finalizou.   

 

 

 

A reportagem da Folha conversou com a Secretária de Saúde de Cubatão, Andréa Pinheiro. Segundo ela, o Prefeito assumiu um compromisso junto com toda a equipe da saúde e a Secretária de Saúde. “Ocorre que, nesse período, nós estamos passando pelo processo de compra e finalização de aquisição de alguns equipamentos.” Sobre a entrega do equipamento para a população, Andréa diz que não há uma data definida para entrega. “Quem me conhece sabe disso, quando eu falo uma data é porque realmente a gente tem que chegar nela, então eu não tenho como falar dessa data ainda, porque estamos na finalização de compras.” Sobre os equipamentos, Andréa explica que o item é muito específico. “O equipamento de oncologia e de hemodiálise, inclusive a câmara hiperbárica, não são ferramentas muito comuns. Estamos comprando um equipamento de ponta, o melhor que temos na atualidade.” A secretária confessou que houve dificuldades na questão das compras. “Tivemos pregões que foram fracassados, mas a Secretária de Saúde e outros órgãos do município que estão envolvidos nas compras da saúde estão reunidos para sanar esse finalzinho para que a gente abra o centro de oncologia, hemodiálise e câmara hiperbárica.”

Por sua vez, a Fundação informou que conforme pactuado junto ao município, a reforma da parte estrutural é de responsabilidade da FSFX e a compra dos equipamentos, de responsabilidade da Prefeitura Municipal.