Cubatão, 16 de Junho de 2025 - 00:00:00

Banda Sinfônica de Cubatão - 55 Anos de História

08/04/2025
Banda Sinfônica de Cubatão - 55 Anos de História

(*) Maestro Roberto Farias


4 de abril é um dia histórico na cultura cubatense, quando neste ano de 2025 se celebra os 55 anos da Banda Sinfônica de Cubatão, grupo que surgiu no ano de 1970, por iniciativa do jovem maestro cubatense Roberto Farias, na época com 15 anos de idade, como Banda Musical Afonso Schmidt, oficializado em 20 de setembro de 1977 sob a denominação de Banda Musical de Cubatão, vindo a constituir-se na atual Banda Sinfônica de Cubatão. 


Anexado ao Conservatório Municipal de Cubatão, a atual Escola Técnica de Música e Dança Ivanildo Rebouças da Silva, impulsionou a implantação dos cursos de instrumentos de sopro na grade curricular, que por sua vez legitimou a disciplina de Prática de Orquestra, antes restrita ao piano e ao violão.


Um dos grupos mais premiados do país, a Banda Musical de Cubatão, graças ao seu elevado potencial artístico, de instrumentação diferenciada e repertório de altíssimo nível, focado na musical universal original para o grande conjunto de sopros e percussão, atingiu em pouco tempo a condição de hors-concours, influindo decisivamente nos regulamentos dos concursos de que participava – a excelência de suas performances motivou a atribuição de prêmios de Melhor e Regente e Melhor Corpo Coreográfico (na época chamado de Linha de Frente), antes não previstos,  justamente num período em que Cubatão era conhecida como “a Cidade mais poluída do mundo”, vivendo à sombra do estigma de “Cubatão, Vale da Morte!”.


Suas frequentes participações em programas de televisão ao vivo, como Ligue para um Clássico e Primeiro Movimento da TV Cultura de São Paulo, lhe deram notoriedade, o que resultou  da sua inserção na programação de eventos de grande relevância como o Festival de Inverno de Campos do Jordão e Festival de Música Nova – a convite da Secretaria de Estado da Cultura foi destaque no Ato de Tombamento da Vila de Paranapiacaba.


Muito embora de estrutura restrita, o seu núcleo de formação musical foi o responsável pela revelação de muitos talentos cubatenses, com desempenho por vezes considerado superior a instituições oficiais e melhor estruturadas. Muitos dos seus frutos se encaminharam para carreiras musicais no Brasil e no Exterior – várias das universidades brasileiras mantém em seus quadros, especificamente no Departamento de Música, docentes  (mestres e doutores) em posições de grande destaque.


Muito embora com as suas atividades oficialmente paralisadas de setembro de 2018, por força de uma ADIN – Ação Direta de Inconstitucionalidade do Ministério Público do Estado de São Paulo, esse que julgou inconstitucional a Lei n. 3232, de 4 de abril de 2008, que instituiu os Corpos Estáveis do Município, no que concerne ao tipo de  relação institucional  dos artistas com o Poder Público Municipal, a Banda Sinfônica de Cubatão, bem como a Banda Marcial de Cubatão, Grupo Rinascita (música antiga), Coral Zanzalá, Cia de Dança de Cubatão e Coral Raízes da Serra (3ª Idade), vem sobrevivendo graças às Emendas Impositivas e Parlamentares em nível municipal e estadual, além das Leis de Incentivo à Cultura como ROUANET (IR - Federal) e PROAC (ICMS - Estadual).


A expectativa é de que a atual Administração Municipal, tendo como grande interlocutor o Secretário Municipal de Cultura, lance um olhar mais generoso para os Grupos Artísticos de Cubatão, declarados Patrimônio Cultural Imaterial através da Lei n. 3944, de 9 de outubro de 2018.


Sigamos com fé!

 

(*) Maestro Roberto Farias – Compositor, Comendador, Chanceler e Imortal da Academia de Música do Brasil

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