Cubatão, 16 de Maio de 2024 - 00:00:00

Ping-Pong Fábio Alves Moreira, o Vereador Roxinho

29/03/2019
Ping-Pong  Fábio Alves Moreira, o Vereador Roxinho

“Eu não era o candidato do prefeito para presidir a Câmara”
 

Da Redação
 

Eleito presidente da Câmara Municipal de Cubatão no final de 2018, Fabio Alves Moreira, o popular Roxinho (MDB), pretende enquanto presidir a Casa, uma gestão “tranquila”. Em seu segundo mandato como Vereador em Cubatão, o Brasiliense de 46 anos, diz que apesar da procura pela tranquilidade, o momento é turbulento na cidade, devido a insatisfação dos servidores públicos municipais, principalmente dos Professores. Durante entrevista cedida em seu gabinete, o Vereador afirma querer rever o Plano Diretor da cidade, que segundo Ele próprio, é antigo. O emedebista também quer reaproximar a população da Câmara através de sessões itinerantes pelos bairros, além de revelar como será a relação do Legislativo com o Prefeito Ademário - PSDB. A seguir, os principais trechos da conversa.
 

Folha de Cubatão - Qual sua expectativa sobre o novo mandato?
 

Roxinho - Primeiramente uma gestão tranquila! Coisa que está difícil atualmente devido aos problemas que a cidade está enfrentando. Diversos projetos polêmicos em relação aos servidores públicos. Então a gente tem tido sessões conturbadas.
 

Folha de Cubatão - A Gente tem acompanhado algumas sessões e os professores estão presentes.
 

Os professores sempre presentes! A gente vai tentar uma reaproximação da população com a Câmara. O poder legislativo é o que representa a massa, que representa o povo, e a gente está meio distante dessa população. Na eleição é uma coisa e depois se cria um distanciamento. A gente vê na própria imprensa exemplo de mal feitos dos políticos e esse distanciamento acaba aumentando mais. Uma das iniciativas que estamos tomando internamente através de processos jurídicos são as sessões itinerantes.
 

Folha de Cubatão - Como será essa iniciativa?
 

Essa iniciativa está tendo alguma dificuldades devido a transmissão da TV. Seria muito mais fácil se tivéssemos ainda a Taquigrafia (Técnica usada para registro de reuniões, sessões e etc...). Então hoje a imagem, em pleno século XXI, substituiu a Taquigrafia que foi praticamente abolida. Então a gente está vendo algum equipamento para suprir a transmissão para gente começar as sessões itinerantes.
 

Folha de Cubatão - O senhor citou em entrevista para um outro Jornal da Região que pretende rever o Plano Diretor da cidade, como será isso?
 

O Plano diretor está há 20 anos engavetado no Executivo. Nossa cidade é pequena territorialmente em comparação com outros municípios da região, então a proposta é verticalizar a cidade com responsabilidade. Conversando com amigos construtores, existe aqui uma dificuldade muito grande em relação a recuo, número de andares para colocar elevador, então isso já encarece a construção, inviabilizando por exemplo uma obra de alto padrão. Outra coisa é a área comercial, o Jardim Nova República por exemplo era um bairro criado para 7 mil pessoas e hoje tem mais de 20 mil. E lá a gente não tem uma área delimitada para comércio, que paga um IPTU diferente. É um mesclado de casa num lado no outro tem comércio e vira uma bagunça! O Plano Diretor serve para organizar isso. E a cidade vai crescer apenas com uma regularização fundiária que é outra bandeira que nós defendemos.
 

Folha de Cubatão - O senhor não era o candidato do Prefeito para presidir a Câmara, e mesmo assim o senhor venceu a eleição, como será sua relação com o Executivo?
 

Eu não era o candidato de pretensão do Prefeito. Não tinha essa sintonia. Eu não era do grupo do pretenso candidato que era o Vereador Ivan Hidelbrando - PSB. Não tinha nenhum tipo de acordo, porém o Prefeito deixou em aberto a mim e aos outros que não tinham compromisso com o grupo. O que eu fiz foi uma articulação nos bastidores e acabei ganhando a eleição. Agora a relação dessa mesa diretora com o governo é uma relação institucional. É tanto que até hoje (20/02/2019), eu não fiz nenhuma visita ainda ao Prefeito oficialmente.
 

Folha de Cubatão - Ainda não?
 

Já fui na OAB e em outras Instituições. O Prefeito Ademário Oliveira – PSDB, já esteve aqui, mas a gente lá, ainda não. É uma relação meramente institucional. Aprovamos projetos, que eram necessários e eram pautas de 2018. Com a saída do ex-presidente Rodrigo (Vereador Rodrigo Ramos Soares - PSDB), acabou encavalando algumas coisas, até pela mudança da mesa diretora que foi um fator complicador. E aí virou tudo? Não! Não é ser oposição por apenas ser oposição. Ninguém ganhou a mesa aqui para virar oposição. Simplesmente hoje a gente precisa de pautas positivas. No início da nossa conversa eu falava que a gente só tem pauta negativa.
 

Folha de Cubatão - E os Professores?
 

Semana passada eu estive com mais de 150 professores aqui no saguão o dia inteiro, e eles batucando, gritando. É legitimo! Mas isso é ruim pra cidade, quem perde são os munícipes com os professores fora da aula. Tudo isso é ruim. Hoje fiz uma ligação ao Prefeito cobrando posicionamento dos 30%. Tem que ter um posicionamento do Governo. Seja para que não tenha a reposição, e essa palavra (reposição), não pode ser usada juridicamente, tem que haver um estudo bem técnico para não haver mais problema na questão desses 30%.
 

Folha de Cubatão - Que iniciativa o Governo deve tomar?
 

É um projeto de lei. Agora a preocupação é como nomear isso. Não é reposição, não se fala na reposição dos 30%. Juridicamente já foi feita essa reposição em 2016, é por isso que caiu de novo. Então tem que ser feito um estudo muito detalhado e técnico para saber de que forma haverá essa compensação, para não barrar juridicamente, se não em Dezembro de 2019 e Janeiro de 2020, os Professores estarão protestando novamente, se fizer um projeto de lei a grosso modo. Vai dar problema! Quem é o competente para fazer a lei é o Executivo e não os Vereadores. Jamais algum Vereador ficará contra o funcionalismo público. Afirmo categoricamente que nenhum Vereador vai contra o Servidor Público. Alguém pode me perguntar: e o pacote da maldade? Haviam algumas coisas que tinham que ser feitas, eu faria diferente, mas tinha que ser feito
 

Folha de Cubatão - Era uma medida que tinha que ser tomada?
 

Tinha sim! Algumas medidas eram necessárias. Poucos Prefeitos eleitos em 2016 tiveram a coragem que o Ademário teve, isso é fato! É duro mexer em salários, mas precisava.
 

Folha de Cubatão - Qual será a marca registrada do seu mandato?
 

Eu penso muito na melhoria do nosso espaço físico aqui da Câmara, o espaço está muito obsoleto, muito antigo
 

Folha de Cubatão - O prédio não pertence ao Legislativo
 

Não é de fato do Legislativo, ele faz parte do Paço que é do Executivo. Porém eu procuro entendimento junto aos meus pares de construirmos um espaço próprio, um pouco mais distante do Executivo para não ter muito esse ingerência que existe a flor da pele. A gente está a dois passos da Prefeitura, e tem muito Vereador que pauta o mandato em cima do Executivo, coisa que é errado, passa mais tempo no Executivo do que no Legislativo. Então uma vez você longe, isso tende a diminuir. Haja a vista a Câmara de Santos que está a 2 quilômetros de distância da Prefeitura. Pela pesquisa que fiz, a maior distância entre Câmara e Prefeitura é na Praia Grande, que dá em torno de 15 quilômetros.
 

Folha de Cubatão - Questão de pressão política?
 

Nesse sentido, o Presidente Aguinaldo (Ex-presidente 2015/2016 e atual Vereador Aguinaldo Araújo - PDT), foi eleito a luz de vela e luz de celular. A iluminação aqui, e todo cabeamento (de energia), é lá no Executivo, a chave geral de energia fica lá. E eles cortavam! Aí você chega lá para olhar e o acesso está fechado, trancado! Como é que você faz? Vai invadir, vai quebrar? Não pode... né?

 

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