Entrevista: Marcos Espírito Santo

“Cubatão está empregando mais em 2019”
 

Secretário de Comércio, Indústria e Portos de Cubatão
 

 

VALENTIM CARDOZO
 

Da redação
 

FOLHA DE CUBATÃO: Cubatão ainda é a Cidade do emprego e da Indústria?
 

MARCOS: É característico de Cubatão as Industria. Este ano está coincidindo o ramo das “paradas” por aqui, o que está nos levando a uma perspectiva de uma ascensão muito grande. De todo o litoral, nós somos a única cidade que está com saldo positivo de geração de emprego, dados esses que são do próprio CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que pende a dizer que essa crescente vai até o final do ano.
 

FC: O que ocorre devido essas “paradas”?
 

MARCOS: Devido essas paradas, a uma perspectiva que a Refinaria Presidente Bernardes (RPBC – PETROBRÁS) contrate até o final do ano, algo entre 1.500 e 2mil trabalhadores. Para isso acordamos com a gerência da própria Petrobras, que todas essas vagas devem passar pelo PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador). Porém em nenhum momento o PAT tem alguma ação sobre a indicação dessas vagas, isso fica por conta das empreiteiras. A real ação do PAT, é a captação dos currículos, os quais repassamos para essas empreiteiras para que elas façam a contratação.
 

FC: E a USIMINAS?
 

MARCOS: Estive com o presidente da Usiminas. Por quê a preferência da Siderúrgica em se investir lá e não aqui? Nesse caso, é uma questão de isenção. A isenção do Governo de Minas Gerais é maior do que no Estado de São Paulo (ICMS). Sendo assim, existe a preocupação da Administração Municipal em trazer esses investimentos para cá, mas como já falamos, isso é algo que depende do governo do Estado. Sendo assim, o prefeito Ademário pediu junto ao presidente da Usiminas, os estudos sobre as diferenças de tributos de ambos os estados da Federação, para que ele (Ademário) possa estar conversando com o governador João Dória (PSDB) para que este investimento de galvanização, venha para cá.
 

FC: Como diminuir este número de 12 mil desempregados em Cubatão?
 

MARCOS: Eu estou otimista em perspectivas melhores. Esse número de 11 a 12mil, não são totalmente da cidade de Cubatão, mas sim da região da Baixada Santista. Fala-se muito desses números do ano de 2015 para cá, quando atingimos o auge dessa crise, a qual ainda vivenciamos vestígios, pois o Polo de Industrial de Cubatão, segundo dados do mesmo CAGED, possuía em sua totalidade cerca de 36mil trabalhadores. Hoje esse número é de 25 mil. Porém Esses 11 mil trabalhadores que confirmam esse déficit de empregos no Polo, não são apenas de cubatenses que perderam o emprego.
 

FC: Sendo assim, então quem são?
 

MARCOS: Muitos desses trabalhadores se aposentaram, enquanto muitos outros, não são apenas moradores de Cubatão, mas sim de toda a Região metropolitana da Baixada Santista. Se formos olhar dessa forma, sei que é difícil chutar... mas acreditamos que esse número possa cair pela metade quando falamos apenas de moradores da Cidade. Algo em torno de 4 a 5mil.
 

FC: Esse número vai aumentar ou diminuir?
 

MARCOS: Como disse, Cubatão agora vive de paradas e, devido a essas mesmas paradas, esse número desempregados tende a diminuir ainda mais. O número de pessoas registradas em carteira (o chamado emprego formal), subiu segundo o CAGED. Estimula-se deste instituto, 418 contratações formalmente registradas e computadas em Cubatão, Só em 2019.
 

FC: Você possui esses dados?
 

MARCOS: Sim. Possuo aqui em mãos os números de janeiro, fevereiro e março, o saldo numérico dos empregos em Cubatão. Foram de 124 negativos (em janeiro), 69 negativos (em fevereiro) e saldo positivo de 418 (março). Comparando Cubatão com o restante da Região, a Baixada está neste mesmo mês de março com saldo negativo de 726. Ou seja... estamos bem na fotografia.
 

FC: Não está na hora da indústria de Cubatão buscar outro tipo de demanda?
 

MARCOS: Esse estudo já existe, tanto por parte do Executivo, como também do Legislativo para esse tipo de isenção. Eu não gosto de ficar causando expectativas, mas estão pra vir empresas novas para em Cubatão.
 

FC: então esses estudos já estão sendo colocados em prática?
 

MARCOS: Estamos prestes a ter uma reunião com diretores de uma montadora, além de uma empresa de pneus. Claro que para que todas essas coisas realmente aconteçam, não depende só do Prefeito e do Secretário, mas também do empenho do Governo do Estado. Mas esse grupo de empresários já esteve visitando a Cidade.
 

FC: Como anda o caso da AMBEV?
 

MARCOS: A respeito da AMBEV, a qual está finalizando a instalação de seu armazém no Jardim Casqueiro, a empreiteira contratada por ela já nos procurou e disponibilizou algumas vagas aqui no PAT. No entanto, foi essa contratada. A AMBEV quando efetua contratações de seus futuros funcionários faz isso pela internet, e essas contratações ocorrem a nível nacional.
 

FC: A construção civil também não seria uma alternativa?
 

MARCOS: O prefeito está preocupado com a parte de urbanização da Cidade, o que vai alavancar emprego na construção civil. Sendo assim, estou otimistas para geração de empregos em Cubatão, Neste caso, podemos citar a reurbanização da Vila Esperança
 

FC: Algum dia, voltaremos a ser a cidade do emprego?
 

MARCOS: Existe uma preocupação da Administração em fomentar mais vagas de emprego, em capacitar o trabalhador. Estamos interessados em trazer mais investimentos para a Cidade. Já para os empresários digo que Cubatão é um excelente lugar para se investir, pois estamos à beira de grandes rodovias, do lado do maior Porto da América Latina e há cerca de 50 km, da maior cidade do país. Sem dúvidas, somos o melhor lugar para investimentos.