Presidente do maior sindicato abrangente na área industrial da cidade, o dos Químicos, Hebert Passos fala em entrevista exclusiva a FOLHA DE CUBATÃO, como está o combate a COVID-19 no Polo Petroquímico.
VALENTIM CARDOZO
Da Redação
Com um número de trabalhadores bem maior do que muitas cidades do interior do Estado, o Polo Industrial de Cubatão, também não está imune aos perigos de contagios impostos pelo coronavírus. Alguns sindicatos preocupados com a integridade física de seus trabalhadores e, consequentemente dos familiares, estão em tratativas não só com as empresas, mas também com o poder público e sociedade civil.
No caso de uma entidade de grande porte como o Sindicato dos Químicos da Baixada Santista, a qual defende o interesse de trabalhadores de mais de 60 empresas na região, sendo 25 delas só em Cubatão, fica nítida a responsabilidade de conduta e negociação com os patronais e outras vertentes sociais, em prol especificamente, desta que é a maior classe operária encontrada no Polo.
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Segundo o presidente do sindicato, Hebert Passos Filho, os cuidados com a categoria já vem se viabilizando desde o mês de março, onde as medidas protocolares tiveram seu início. "Se levarmos em consideração que somos uma classe que presta serviços essências e de utilidade pública (ainda mais em tempos como esse onde se exige higienização extrema), adquaçoes rápidas a curto, médio e longo prazo devem ser tomadas ao falarmos de uma categoria que produz cloro e oxigênio para hospitais e, sendo assim, procuramos adequar os turnos, alterar as jornadas, atuar com vigilância e o "teletrabalho" para alguns postos administrativos (home-office), disse Passos.
TRATATIVAS PATRONAIS
O sindicalista falou que a relação com o sindicato patronal na hora de negociar as medidas a serem tomadas mediante o enfrentamento do coronavírus foi eficaz de ambas as partes. "Apenas uma empresa endureceu a conversa, porém, acabou se conscientizando da importância do diálogo nesse momento difícil, assim como as demais que foram extremamente flexíveis, pois todos sabemos que uma crise como essa gera e acelera mudanças".
PODER PÚBLICO
Passos também se mostrou preocupado com a interação junto as prefeituras da região metrpolitana da Baixada Santista. Segundo ele, com a ajuda de outros sindicatos, os orgãos públicos foram procurados para o diálogo, porém, o sucesso não foi o mesmo em relação a iniciativa privada. "Algumas prefeituras já nos receberam e outras estão agendadas, como Santos e São Vicente, por exemplo. Cubatão onde se encontra o Polo Petroquímico e, consequentemente, o maior número de operários da categoria, ainda não ocorreu nenhuma reunião nem agendamento. Mas nunca é tarde para termos uma conversa, já que o sindicato não fecha as portas para ninguém", ressaltou.
FISCALIZAÇÃO
O presidente também falou sobre o processo de fiscalização de todos trabalhadores nas 26 empresas do Polo de Cubatão. Desde o incio, nós já haviamos pensado nas soluções para os problemas e não nos problemas em si. Hoje atuamos com a medição de temperatura nas entradas das indústrias, com a missão de identificar algum caso suspeito, que, se identificado, será afastado e monitorado entre sete e quinze dias, assim como os demais que dividiram espaço com ele (principalmente no transporte coletivo de funcionários).
AÇÕES FUTURAS
Já sobre a continuidade dos trabalhos de combate a COVID-19 por parte do Sindicato dos Químicos, Passos disse que estuda a possibilidade (em caso de piora da pandemia) de os trabalhadores doentes ficarem instalados em colonias de férias localizadas na região. "Assim deixariamos as famílias protegidas, amparadas pelos setores de assistência social das empresas e, os trabalhadores protegidos e bem alojados nas colônias, tendo espaço para lazer em condiçoes de preservação da própria saúde. Nós do sindicato já iniciamos este contato", finaliza o presidente.
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