Cubatão, 16 de Maio de 2024 - 00:00:00

A mulher e a violência

04/05/2023
A mulher e a violência

(*) Rachel Balseiro

Lamentavelmente, os números relatam o que podemos constatar no
cotidiano de nosso país, a saber um aumento significativo de violência,
assédio e demais crimes praticados contra a mulher. E isso acontece nos mais diversos ambientes, contudo, há mais incidência no ambiente de trabalho e, no mundo acadêmico, onde as denúncias não deixam de surpreender e assustar a todos.


Em caso bem significativo, ocorreu no dia 27 de abril, do ano corrente,
quando a atendente de farmácia de 42 anos, Ana Flavia Pereira foi morta
pelo ex-companheiro que também havia trabalhado, na farmácia como
segurança e, que praticou feminicídio, por não aceitar o fim do
relacionamento. Na verdade, o que se pode perceber é que ainda há pessoas, além de perfis nas redes sociais, que incentivam práticas machistas, misoginia, que apoiam que somente as mulheres devem ser obedientes aos homens e que devem aceitar tudo que eles impõem.


Como foi apurado pelo Governo do Estado de São Paulo, o número de
feminicídio denunciado subiu de 20 em 2018, para 62 até agora em 2023.
Assim como, os casos de estupro tiveram um aumento considerável, hoje
chegando ao número de 3.551, nos três primeiros meses de 2023.


Outro crime, como o de ameaça, houve o registro de 25.531 ocorrências,
isto é, 10 mil casos a mais que o mesmo trimestre do ano passado.
No que tange, aos crimes de calúnia, difamação e injúria, as ocorrências
dispararam, saindo de 2.843 casos em 2022, para 17.208 neste ano.


Esses números refletem o machismo institucionalizado que ainda vigora
no Brasil, agravado com a sensação de impunidade que se traduz por
vários relatos de homens que se livram das penas e, às vezes, sequer
respondem a processo. É evidente que havendo a exposição de casos de mulheres sendo assediadas, sofrendo violência doméstica dos mais diversos tipos, sendo vítimas de tentativa de feminicídio e, de lesão corporal, como de ameaça, outras mulheres, se encorajam em fazer as devidas denúncias, mas essas denúncias precisam ser rigorosamente processadas e, as medidas serem rigorosamente atendidas, o que não ocorre, infelizmente, ainda na grande maioria das vezes.


Em razão disso, é necessário, que haja muitas campanhas de incentivo
para que as denúncias sejam feitas e, que sejam divulgados os exemplos
da prisão dos culpados. Assim como, culpados por qualquer tipo de violência conta a mulher sejam proibidos de assumir cargos de expressão e, de destaque na sociedade e, talvez, daqui há algum tempo, essa violência contra as mulheres comece a diminuir.

(*) Rachel Balseiro é advogada, professora universitária, escritora e cientista política

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